Em
análise ao material ofertado, acreditamos que atualmente o maior desafio para a
EJA é colocar em prática as renovações propostas em 1958, na presidência de
Kubitscheck que no “Congresso de Educação de Adultos” destacou as experiências
“do grupo de Pernambuco liderado por Paulo Freire”, que [...] caracterizou por
inovações pedagógicas enfatizando uma educação com o homem e não para o homem.
Propunha uma renovação dos métodos e processos educativos, abandonando os
processos estritamente auditivos em que o discurso seria substituído pela
discussão e participação do grupo. (FRIEDRICH, M. et al., 2010, p. 396 apud
PAIVA, 1973)
Sessenta
anos se passaram, e os mesmos desafios ainda são almejados, na busca de novas
metodologias, o reconhecimento do direito do jovens e adultos a uma educação de
qualidade, que considere os interesses deste público alvo, articulando com suas
necessidades propiciando que a “entrada
no mundo do trabalho lhe proporcione condições melhores de vida”.
Nas
políticas públicas aligeiradas que observamos hoje no Brasil, a modalidade de
ensino que constitui a EJA apresenta-se como um direito do cidadão, tentando
afastar-se da ideia de compensação e assumindo a reparação e equidade,
aprendizagem e qualificação permanentes e não de caráter suplementar, mas
fundamental. Nesta ótica defronta-se com uma flagrante contradição entre o
poder econômico e o enriquecimento sociocultural na possibilidade da
transformação do trabalhador como detentor de seu próprio capital humano (
FRIEDRICH, M. et al., 2010, p. 403 apud RUMMERT, 2007).
Outras
questões desafiam a intencionalidade da EJA, entre elas o cumprimento das
funções equalizadoras, reparadoras e qualificadoras, que se constituem no
objetivo dos pareceres CNE/CEB 11 de 2000, p. 10, CNE/CEB 11 de
2000, p. 9.
REFERÊNCIA
FRIEDRICH, M. et al. Trajetória da escolarização de jovens e adultos
no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. In:
Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 389-410,
abr./jun. 2010
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