sexta-feira, 15 de junho de 2018

As contribuições de Paulo Freire para a Alfabetização de Jovens e Adultos

disponível em: <https://youtu.be/zeFogTRJiOs>


A educação é dividida em tendências pedagógicas. No Brasil a divisão das práticas pedagógicas na historia da educação e na filosofia ocorre de duas formas, liberais e progressistas. Nas LIBERAIS temos as tendências tradicionais, renovadas, renovada não diretista e tecnicistas, nas PROGRESSISTAS temos as tendência  libertadoras, libertarias e crítico social dos conteudos.
Paulo Reglus Neves Freire , se enquadra na perspectiva de uma tendência libertadora, na qual objetiva um homem livre, liberto, o tornando autônomo e consciente de si no mundo.  Para Paulo Freire, a educação tem o papel fundamental de libertar o homem através da tomada de consciência dos alunos a partir da sua realidade sócio, histórico e cultural e torná-los autônomos   e conscientes do lugar que ocupam na sociedade. 

OS PRINCIPAIS INTEGRANTES DO MOVIMENTO ESCOLA NOVA



“Na virada do século XIX para o XX, encontramos um movimento educacional muito importante denominado de Escola Nova ou de Renovação Pedagógica. Este movimento uniu educadores de vários pontos da Europa e da América do Norte e, aos poucos, foi-se estendendo para muitos países de outros continentes."

Entre outros, os principais  integrantes do movimento da Escola Nova: John Dewey; Ovide Decroly;  Maria Montessori; Célestin Freinet, fizeram uma profunda crítica à escola tradicional, problematizaram o papel do educador, do educando, da organização do trabalho pedagógico e construíram um compromisso com a transformação da escola.

"Os escolanovistas procuraram criar formas de organização do ensino que tivessem as seguintes características: a globalização, o interesse imediato do aluno, a participação dos alunos e da comunidade, uma reorganização da didática e do espaço da sala de aula. Nestas experiências vamos encontrar vários tipos de caminhos como: as unidades didáticas, os centros de interesse e os projetos”.

JOHN DEWEY (1859 - 1952) , "filósofo norte-americano defendia a democracia nos campos institucionais e no interior das escolas, legitimando a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças". 

OVIDE DECROLY (1871-1932) “O médico e educador belga defendia a idéia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo.”

MARIA MONTESSORI (1870-1952),  Segundo a visão pedagógica da pesquisadora italiana, o potencial de aprender está em cada um de nós.
“Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois percebeu que já nascemos com a capacidade de ensinar a nós mesmos, se nos forem dadas as condições”, diz Talita de Oliveira Almeida, presidente da Associação Brasileira de Educação Montessoriana”

CÉLESTIN FREINET (1896- 1966) O educador francês desenvolveu atividades hoje comuns, como as aulas-passeio e o jornal de classe, e criou um projeto de escola popular, moderna e  democrática.


Referência:


BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Trabalhando com projetos na Educação Infantil. In: XAVIER, Maria Luisa Merino & DALLA ZEN, Maria Isabel (orgs.). Planejamento em destaque: análises menos convencionais. 3ª edição. Porto Alegre: Mediação, 2003. p.65-66

FERRARI, M. John Dewey, o pensador que pôs a prática em foco Nova Escola, 2008 disponível em < https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco  > Acesso em maio de 2018

FERRARI, M. Ovide Decroly, o primeiro a tratar o saber de forma única Nova Escola, 2008 disponível em < https://novaescola.org.br/conteudo/1851/ovide-decroly-o-primeiro-a-tratar-o-saber-de-forma-unica  > Acesso em maio de 2018

 

FERRARI, M. Maria Montessori, a médica que valorizou o aluno Nova Escola, 2008 disponível em < https://novaescola.org.br/conteudo/459/medica-valorizou-aluno  > Acesso em maio de 2018

 

FERRARI, M. Célestin Freinet, o mestre do trabalho e do bom senso Nova Escola, 2008 disponível em < https://novaescola.org.br/conteudo/1754/celestin-freinet-o-mestre-do-trabalho-e-do-bom-senso   > Acesso em maio de 2018

CONCEITUANDO INOVAÇÕES PEDAGÓGICA

Ao tomar a inovação como algo abstrato, perde-se a noção de que ela se realiza em um contexto histórico e social, porque é um processo humano. A inovação existe em determinado lugar, tempo e circunstância, como produto de uma ação humana sobre o ambiente ou meio social. (CUNHA, 2008, p. 23)

Embora, quando pensamos em inovação, direcionamos as idéias a novidades tecnológicas, o artigo revela experiências relatadas pelos professores de forma micro e macro nas diferentes compreensões de inovação e da natureza de cada uma delas. Sejam elas caracterizadas pela ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender, a gestão participativa, a reconfiguração dos saberes, a reorganização da relação teoria/prática, da inovação pedagógica que se manifesta pela perspectiva orgânica no processo de concepção, desenvolvimento e avaliação da experiência desenvolvida, a mediação, e o protagonismo.
Cabe registrar que os movimentos dos professores em direção às possibilidades inovadoras, na grande maioria dos casos estudados, têm origem em situações-problema, ou seja, partem de algum desconforto vivido pelos docentes no trato do conhecimento ou no sucesso da aprendizagem de seus alunos. (CUNHA, 2008, p. 28)

REFERÊNCIA


CUNHA, M. I.  Inovações pedagógicas: o desafio da reconfiguração de saberes na docência universitária, USP, São Paulo, 2008. Disponível em < http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/cap/files/2010/10/maria_isabel_da_cunha_caderno_VI.pdf > acesso em junho de 2018.

terça-feira, 12 de junho de 2018

RELATO - EXERCITANDO A OBSERVAÇÃO


Minha sobrinha de apenas cinco anos foi visitar os avós na chácara onde moram, assim como ela, todos da família se reuniram para trocar ideias, novidades, abraçar os irmãos e saborear uma deliciosa feijoada. 
Esta época, é apropriada para estas refeições, estava frio, e chuvoso, ideal para manter aceso o fogo do fogão a lenha. 
Outono é a estação dos frutos, período ideal para colher bergamotas e laranjas, e assim o fizemos. Depois do almoço, louça lavada, fomos ao pomar. Enchemos algumas sacolinhas, inclusive minha sobrinha, que ao enchê-las mal conseguia carregá-las. Após a colheita, quando retornamos, Yasmim escreveu com um brilho nos olhos, seu nome na sacola que havia enchido separando desta forma as bergamotas e laranjas que colheu,  alegando que estas seriam para sua família.
Neste momento, lembrei-me das falas de Paulo Freire, que emocionado pela significação simbólica, percebida na expressão transmitida de seu aluno ao escrever e ler o nome de sua esposa que segundo ele sentiu naquele momento uma "espécie de alivio centenário". 
Conforme Freire, "A educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática". 
Yasmin, repetiu este feito, independente do estadio de desenvolvimento que se encontra, colocou em prática a teoria do conhecimento adquirido na escola ou no convívio familiar, separando, e escrevendo o seu nome na sacolinha com os frutos que colheu. 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

RELATO SOBRE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM


O Mini Maternal IB ( 2 a 3 anos), no qual atuo como auxiliar no turno da manhã, é composto por doze alunos, sendo cinco meninas e oito meninos. Dentro de nossa rotina diária, reservamos um espaço na sala de aula para contação de histórias cantadas ou não.
A história cantada cujo nome “Caçar Ursinho, tem se repetido por muitas vezes em nossas rodas, a pedido das crianças, atendendo em sua totalidade os objetivos específicos da proposta, e oportunizando alguns campos de experiência como:  
·         O eu, o outro e o nós;
·         Corpo, gestos e movimento;
·         Escuta, fala, linguagem e pensamento.
Desta forma, percebendo o interesse dos alunos, empregamos a história cantada como aliada nas experiências de movimento corporal, imaginação, criação, construção, favorecendo a interação do eu com o outro visto que todos já possuem uma fala linguística.
Nesta atividade, assim como muita outras é possível perceber as diferenças do grupo. No geral todos participam, como citado anteriormente, eles pedem para cantar, no entanto o desenvolvimento da linguagem é bastante diferente entre eles. Temos alunos que claramente imitam expressões utilizadas por outros, outros comunicam se por holofrase, alguns já conseguem formar pequenas frases cometendo alguns erros processuais e a maioria já sabe o que gosta e o que quer fazer ou não.
Quanto às origens da imagem mental na imitação sensório motora, a investigação do autor, revela um processo em evolução da imitação (atividade imitativa), da interiorização da coordenação dos esquemas que são condições previas para a “constituição da função sinbólica, isto é, da capacidade do sujeito de diferenciar significantes e significados”. (Dongo Montoya, 2006, p. 123)

A linguagem, enquanto sistema de signos, implica significantes (gestos ou  palavras articuladas) que se reportam a objetos mediados por conceitos ou “pré-conceitos”, os quais se apóiam, sobretudo nas fases inicias, nas imagens mentais.
A aquisição da linguagem encontra-se, portanto, atrelada à constituição da capacidade humana de representar, isto é, de diferenciar significantes e significados, e por isso, ao exercício da função simbólica. (Dongo Montoya, 2006, p. 123)

Para Vygotsky citado por Silva (2010)

Neste período a criança percebe que cada coisa tem um nome, um signo, um significado. A curiosidade desperta e a criança desenvolve seu vocabulário. Desta forma, é no significado da palavra que o pensamento e a fala se unem em pensamento verbal. É no significado, então, que podemos encontrar as respostas às nossas questões sobre a relação entre o pensamento e a fala.

            Vygotsky, destaca que neste período de desenvolvimento da criança que ocorre com aproximadamente dois anos, é o momento pelo qual  pensamento e linguagem se unem para a formação da fala racional ou pensamento verbal.


Referências

Caçar Ursinho In Blog da Profe Suzana, Publicado em 31 de janeiro de 2010 Disponível em < http://suzilovison.blogspot.com.br/2010/01/cacar-ursinho.html> Acesso em maio 2018

DONGO MONTOYA, A. O. Pensamento e linguagem: percurso piagetiano de investigação. In: Psicologia em Estudo. Maringá, v. 11, n.1, p. 119-127, jan-abr. 2006.

SILVA, S. D. AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM  Publicado em 22 de July de 2010 Disponível em < https://www.webartigos.com/artigos/aquisicao-da-linguagem/43208 > Acesso em maio.2018



EXPERIÊNCIA COMO USO DE TECNOLOGIAS EM PROPOSTA PEDAGÓGICA


No início do ano, solicitamos aos responsáveis que enviassem umas duas ou três fotos do aluno no convívio familiar.
Os registros fotográficos são fontes importantíssimas de reflexão, através dela é possível aperfeiçoar a capacidade de leitura das imagens, resgatando memórias de experiências vividas.  [...] a fotografia traz consigo o âmago da veracidade incontestável dos fatos por ela registrados.  (FELIZARDO, SAMAIN, p.210)
Conforme as imagens foram chegando, penduramos na sala de forma que todos tivessem acesso. A princípio a ideia era deixa las penduradas por um mês, no entanto, a proposta deu tão  certo que estendemos nosso prazo.
Começamos a observar que os alunos paravam em frente às fotos por muitas vezes durante o dia, e ali ficavam contemplando suas próprias imagens e dos seus colegas.
Desta forma, percebendo o interesse dos alunos, passamos a utilizar as fotos como aliada nas experiências de movimento corporal, imaginação, criação, construção, favorecendo a interação do eu com o outro visto que todos já possuem uma fala linguística.
Nesta atividade, assim como muita outras é possível perceber as diferenças do grupo. No geral todos participam, como citado anteriormente, eles se reconhecem, reconhecem seus familiares, inclusive a situação em que a foto foi tirada, e identificam os colegas das demais imagens. Para exemplificar, tem uma das imagens, que aparece a mãe gestante e o pai, quando pergunto onde esta você nesta foto, ele fala: Estou aqui, dentro da barriga da mamãe. Todos os colegas já sabem, e não contestam.
Nessa perspectiva, as pesquisas de Piaget certificam a construção e o desenvolvimento dos alunos de nossa turma, onde “a explicação das origens da linguagem e do pensamento é buscada na interiorização do esquematismo sensório motor da criança; portanto, na atividade construtivista do sujeito”. (DONGO MONTOYA, 2006, p. 120).
No entanto, não podemos desconsiderar as experiências de  Vygotsky que “acredita que a aquisição da linguagem na criança se dá devido à interação que a mesma possui com o ambiente que a rodeia e o convívio com outros da espécie.”(SILVA, 2010).

Referências



DONGO MONTOYA, A. O. Pensamento e linguagem: percurso piagetiano de investigação. In: Psicologia em Estudo. Maringá, v. 11, n.1, p. 119-127, jan-abr. 2006.

FELIZARDO, Adair; SAMAIN, Etienne. A fotografia como objeto e recurso de memória. Discursos fotográficos. Londrina, v.3, n.3, p.205-220, 2007. Disponível em: <http://http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1500/1246 > Acesso em maio 2018.

SILVA, S. D. AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM  Publicado em 22 de July de 2010 Disponível em < https://www.webartigos.com/artigos/aquisicao-da-linguagem/43208 > Acesso em maio 2018

sábado, 2 de junho de 2018

Os principais desafios para a EJA no Brasil

Em análise ao material ofertado, acreditamos que atualmente o maior desafio para a EJA é colocar em prática as renovações propostas em 1958, na presidência de Kubitscheck que no “Congresso de Educação de Adultos” destacou as experiências “do grupo de Pernambuco liderado por Paulo Freire”, que [...] caracterizou por inovações pedagógicas enfatizando uma educação com o homem e não para o homem. Propunha uma renovação dos métodos e processos educativos, abandonando os processos estritamente auditivos em que o discurso seria substituído pela discussão e participação do grupo. (FRIEDRICH, M. et al., 2010, p. 396 apud PAIVA, 1973)  
            Sessenta anos se passaram, e os mesmos desafios ainda são almejados, na busca de novas metodologias, o reconhecimento do direito do jovens e adultos a uma educação de qualidade, que considere os interesses deste público alvo, articulando com suas necessidades propiciando que a  “entrada no mundo do trabalho lhe proporcione condições melhores de vida”.

Nas políticas públicas aligeiradas que observamos hoje no Brasil, a modalidade de ensino que constitui a EJA apresenta-se como um direito do cidadão, tentando afastar-se da ideia de compensação e assumindo a reparação e equidade, aprendizagem e qualificação permanentes e não de caráter suplementar, mas fundamental. Nesta ótica defronta-se com uma flagrante contradição entre o poder econômico e o enriquecimento sociocultural na possibilidade da transformação do trabalhador como detentor de seu próprio capital humano ( FRIEDRICH, M. et al., 2010, p. 403 apud RUMMERT, 2007).


            Outras questões desafiam a intencionalidade da EJA, entre elas o cumprimento  das funções equalizadoras, reparadoras e qualificadoras, que se constituem no objetivo dos pareceres CNE/CEB 11 de 2000, p. 10,   CNE/CEB 11 de 2000, p. 9.

REFERÊNCIA

FRIEDRICH, M. et al.  Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 389-410, abr./jun. 2010