Ao
ler o capítulo sobre crocodilos e avestruzes; da Psicóloga, mestre em Psicologia Social e
Doutora Lígia Assumpção Amaral, ofertado pela interdisciplina de Educação de
Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, pude refletir sobre várias
situações presentes em nosso contexto que apontam os três parâmetros que
conforme a ideia da autora definem a diferença significativa, ou o desvio ou a
anormalidade.
Os critérios
estatísticos seria basicamente a média variável, uma
ideia valorativa comum que fugindo dos padrões seriam considerados;
“diferentes, desviantes e/ou anormais. Como exemplo a
autora cita a questão [...] a altura média do homem brasileiro como sendo x e,
assim, todos aqueles que se afastarem significativamente dela – os muito acima
ou abaixo – são diferentes, são desviantes, são anormais.” ( AMARAL, 1998, p.
13)
Ainda
dentro deste critério teríamos a moda, que seria a “frequência”
valorativa. Como exemplo Amaral exemplifica: “a maior frequência de mulheres
sendo professoras de 1º grau, e assim, homens que exercem esta forma de
magistério seriam diferentes, desviantes, anormais.”(1998. P. 13)
O critério estrutural/funcional, denominado pela autora seria a [...] “vocação” de sua
forma/função a existência de determinadas características, como, por exemplo,
(...) cabeça , corpo e membros – íntegros e localizados de uma única forma.
Olhos que veem, ouvidos que ouvem...(1998, p. 14) Sem o auxilio de equipamentos
ou recursos especiais, caso o contrario o sujeito estaria em condição
significativamente diferente, desviante, anormal e com deficiência.
O terceiro critério corresponde a comparação
em relação ao “tipo ideal” construído
e sedimentado pelo grupo dominante. Logo, conforme a autora o tipo ideal
“corresponde, no mínimo, a um ser: jovem, do gênero
masculino, branco, ... a diferença dela caracteriza a diferença significativa,
o desvio, a anormalidade. E o fato é que muitos e muitos de nós, embora não
correspondendo a esse protótipo ideologicamente construído, o utilizamos em nosso cotidiano para a
categorização/validação do outro.” (AMARAL, 1998 p. 14)
Amaral
cita em sua reflexão colocações de “Gilberto Velho( 1989) que nos fala, com
muita propriedade , de um fenômeno bastante usual: a patologização do desvio –
moeda corrente em nossa cultura. O autor alerta-nos como sendo esta grande
armadilha que aprisiona os que se
colocam ou são colocados, neste desvio, quer seja por suas características e/ou
comportamentos. "(1998 p. 15).
REFERÊNCIA:
AMARAL, Lígia Assumpção. DIFERENÇAS E PRECONCEITOS NA ESCOLA: alternativas
teóricas e práticas / Coordenação de Julio Groppa Aquino – São Paulo:
Summus, 1998. (pag. 11 a 30)
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