quinta-feira, 19 de outubro de 2017

OS TRÊS PARÂMETROS QUE DEFINEM DIFERENÇA SIGNIFICATIVA, OU O DESVIO OU A ANORMALIDADE

Ao ler o capítulo sobre crocodilos e avestruzes; da Psicóloga, mestre em Psicologia Social e Doutora Lígia Assumpção Amaral, ofertado pela interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, pude refletir sobre várias situações presentes em nosso contexto que apontam os três parâmetros que conforme a ideia  da autora definem a diferença significativa, ou o desvio ou a anormalidade.
Os critérios estatísticos seria basicamente a média variável, uma ideia valorativa comum que fugindo dos padrões  seriam considerados;
“diferentes, desviantes e/ou anormais. Como exemplo a autora cita a questão [...] a altura média do homem brasileiro como sendo x e, assim, todos aqueles que se afastarem significativamente dela – os muito acima ou abaixo – são diferentes, são desviantes, são anormais.” ( AMARAL, 1998, p. 13)
Ainda dentro deste critério teríamos a moda, que seria a “frequência” valorativa. Como exemplo Amaral exemplifica: “a maior frequência de mulheres sendo professoras de 1º grau, e assim, homens que exercem esta forma de magistério seriam diferentes, desviantes, anormais.”(1998. P. 13)
O critério estrutural/funcional, denominado pela autora seria a [...] “vocação” de sua forma/função a existência de determinadas características, como, por exemplo, (...) cabeça , corpo e membros – íntegros e localizados de uma única forma. Olhos que veem, ouvidos que ouvem...(1998, p. 14) Sem o auxilio de equipamentos ou recursos especiais, caso o contrario o sujeito estaria em condição significativamente diferente, desviante, anormal e com deficiência.
O terceiro critério corresponde a comparação em relação ao “tipo ideal” construído e sedimentado pelo grupo dominante. Logo, conforme a autora o tipo ideal
“corresponde, no mínimo, a um ser: jovem, do gênero masculino, branco, ... a diferença dela caracteriza a diferença significativa, o desvio, a anormalidade. E o fato é que muitos e muitos de nós, embora não correspondendo a esse protótipo ideologicamente construído, o utilizamos  em nosso cotidiano para a categorização/validação do outro.” (AMARAL, 1998 p. 14)

Amaral cita em sua reflexão colocações de “Gilberto Velho( 1989) que nos fala, com muita propriedade , de um fenômeno bastante usual: a patologização do desvio – moeda corrente em nossa cultura. O autor alerta-nos como sendo esta grande armadilha que aprisiona  os que se colocam ou são colocados, neste desvio, quer seja por suas características e/ou comportamentos. "(1998 p. 15).

REFERÊNCIA:
  

AMARAL, Lígia Assumpção. DIFERENÇAS E PRECONCEITOS NA ESCOLA: alternativas teóricas e práticas / Coordenação de Julio Groppa Aquino – São Paulo: Summus, 1998. (pag. 11 a 30) 


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