domingo, 29 de outubro de 2017

DIVERSIDADES



Disponível em <http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/a-pluralidade-cultural-brasil-55580939b18be.jpg>

A sociedade brasileira tem por característica ser rica em suas diversidades, sejam culturais, sociais, religiosas, raciais, entre outros, porém, historicamente, se encontra permeada de cenários de desigualdades.

Conforme GENRO e CAREGNATO em relação a esta pluralidade;

“Nossas identidades e nossas ações são móveis, mutantes e abertas à condição de imprevisibilidades e estão configuradas também pelas práticas e valores de vida que adotamos. Os diferentes espaços-tempos estruturais da sociedade (doméstico, comunidade, cidadania, trabalho, entre outros) são constituintes da nossa condição como seres humanos iguais e diferentes.” (2013, p. 8)

A ética é a ação presente que articula e refina as moralidades através das diferentes estratégias da arte de viver.

“As diferentes estratégias que permitem formar uma sensibilidade aguçada para com as particularidades da situação e a atenção às emoções em relação à construção da moralidade são contribuições da arte de viver que devem ser consideradas na educação, se quisermos educar pessoas com capacidade de decidir e conduzir suas vidas.” (HERMANN, 2008 p. 26).


Trabalhar as diversidades na educação escolar é antes de tudo explorar um campo real e concreto de formação dos indivíduos e um processo humano e social onde temos o compromisso ético de abordar e contribuir na melhoria e fortalecimento da relações com valorização e respeito a suas diversidades. 

REFERÊNCIAS


GENRO, M. E. H.; CAREGNATTO, C. E. Educação na e para a diversidade: nexos necessários. In: CAREGNATO, C. E; BOMBASSATO, L. C. (org.). Diversidade culturas: viver as diferenças e enfrentar as desigualdades na educação. Erechim: Novello & Carbonelli, 2013.

HERMANN, Nadia. ÉTICA: A APRENDIZAGEM DA ARTE DE VIVER. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 102, p. 15-32, jan./abr. 2008 disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>


A DIVERSIDADE CULTURAL ASSISTIDA NO MATERNAL

Disponivel em <https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPkjpoaR0-YveEgvfxQgDI6JdxLQ4xu_ihawMIGknTtyzabunWhEEvohsilWEuuQjDJN9nFmaeblYmMZUx-XWUR-4GwNVJzcti7jAXqOLBOlaSHSm7LBwHBEV-3j9H2es8PsmGTU4QUQ4n/s1600/1920476_747722838585693_1310444656_n.jpg>


A busca por um ponto comum  em relação às culturas propõe, conforme a autora uma “mestiçagem ou interpenetração de preocupações e concepções sobre direitos humanos.”, em que a “convivência humana seja dignificada pela ideia de igualdade e diversidade, em que as determinadas noções marcadoras podem tecer múltiplas formas de vida. ”( GENRO e CAREGNATO, 2013 p. 6)
Portanto, sendo na infância período pela qual a criança desenvolve-se e desperta os sentidos, a imaginação, capacidade e processos cognitivos independente do sexo, e o maternal que acolhe estes indivíduos de três a quatro anos, que conforme os estádios de desenvolvimento cognitivo de Piaget encontram-se no pré-operatório, que entre tantas características possuem uma percepção global sem discriminar detalhes e que  por muitas vezes tudo deve ter uma explicação (os por quês), sendo ofertado neste ambiente (maternal) experiências  e condições para abordagens sistemáticas  de relações  diversas que se fazem presentes em todo contexto social do aluno, principalmente no espaço escolar.
A escola em seu “lócus de reprodução e também de produção de relações sociais”, e seus profissionais tem o compromisso com seus autores/interlocutures, de ampliar práticas democráticas nas relações sociais e politicas, com o intuito de proporcionar sociabilidades diversas que valorizem as pessoas e grupos socias na sua diversidade.
Neste sentido, “O envolvimento pessoal, a sensibilidade ética do educador estão radicalmente vinculados a um compromisso com o destino dos homens.” (SEVERINO, 2011 p. 147)
Pois, trata-se da responsabilidades de,
[...] construção de uma sociedade mais justa, mais equitativa, vale dizer, uma sociedade democrática, constituida de cidadãos participantes em condições que garantam a todos os bens naturais, os bens sociais e os bens simbólicos, disponiveis na sociedade concreta em que vivem, e a que todos tem direito, em decorrencia da dignidade humana de cada um. (SEVERINO, 2011 p. 147)

Com o desejo de contribuir para a melhoria nas relações sociais e culturais, e enfrentar preconceitos se faz necessário o exercício da ação interpessoal sistemática entre educador e educando, no reconhecimento e respeito da dignidade da pessoa humana.
Conforme GENRO e CAREGNATO;

[...] a democratização das relações sociais, como um modo de vida, como vinculo produtivo entre sociedade civil e Estado, mas também com relações horizontais entre os cidadão, são condições importantes para o desenvolvimento de uma cultura de efetivação dos direitos humanos, como possibilidade de um bem viver. (2013, p.5)


REFERÊNCIAS

GENRO, M. E. H.; CAREGNATTO, C. E. Educação na e para a diversidade: nexos necessários. In: CAREGNATO, C. E; BOMBASSATO, L. C. (org.). Diversidade culturas: viver as diferenças e enfrentar as desigualdades na educação. Erechim: Novello & Carbonelli, 2013.

SEVERINO, Antonio J. et al. ÉTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: política, responsabilidade e autoridade em questão. São Paulo: Cortez, 2011 p. 130-149

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

OS TRÊS PARÂMETROS QUE DEFINEM DIFERENÇA SIGNIFICATIVA, OU O DESVIO OU A ANORMALIDADE

Ao ler o capítulo sobre crocodilos e avestruzes; da Psicóloga, mestre em Psicologia Social e Doutora Lígia Assumpção Amaral, ofertado pela interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, pude refletir sobre várias situações presentes em nosso contexto que apontam os três parâmetros que conforme a ideia  da autora definem a diferença significativa, ou o desvio ou a anormalidade.
Os critérios estatísticos seria basicamente a média variável, uma ideia valorativa comum que fugindo dos padrões  seriam considerados;
“diferentes, desviantes e/ou anormais. Como exemplo a autora cita a questão [...] a altura média do homem brasileiro como sendo x e, assim, todos aqueles que se afastarem significativamente dela – os muito acima ou abaixo – são diferentes, são desviantes, são anormais.” ( AMARAL, 1998, p. 13)
Ainda dentro deste critério teríamos a moda, que seria a “frequência” valorativa. Como exemplo Amaral exemplifica: “a maior frequência de mulheres sendo professoras de 1º grau, e assim, homens que exercem esta forma de magistério seriam diferentes, desviantes, anormais.”(1998. P. 13)
O critério estrutural/funcional, denominado pela autora seria a [...] “vocação” de sua forma/função a existência de determinadas características, como, por exemplo, (...) cabeça , corpo e membros – íntegros e localizados de uma única forma. Olhos que veem, ouvidos que ouvem...(1998, p. 14) Sem o auxilio de equipamentos ou recursos especiais, caso o contrario o sujeito estaria em condição significativamente diferente, desviante, anormal e com deficiência.
O terceiro critério corresponde a comparação em relação ao “tipo ideal” construído e sedimentado pelo grupo dominante. Logo, conforme a autora o tipo ideal
“corresponde, no mínimo, a um ser: jovem, do gênero masculino, branco, ... a diferença dela caracteriza a diferença significativa, o desvio, a anormalidade. E o fato é que muitos e muitos de nós, embora não correspondendo a esse protótipo ideologicamente construído, o utilizamos  em nosso cotidiano para a categorização/validação do outro.” (AMARAL, 1998 p. 14)

Amaral cita em sua reflexão colocações de “Gilberto Velho( 1989) que nos fala, com muita propriedade , de um fenômeno bastante usual: a patologização do desvio – moeda corrente em nossa cultura. O autor alerta-nos como sendo esta grande armadilha que aprisiona  os que se colocam ou são colocados, neste desvio, quer seja por suas características e/ou comportamentos. "(1998 p. 15).

REFERÊNCIA:
  

AMARAL, Lígia Assumpção. DIFERENÇAS E PRECONCEITOS NA ESCOLA: alternativas teóricas e práticas / Coordenação de Julio Groppa Aquino – São Paulo: Summus, 1998. (pag. 11 a 30) 


sábado, 7 de outubro de 2017

Como podemos, como educadores, contribuir para construir uma sociedade ética?



Marcia Tiburi, esclarece que ética diz respeito a como convivemos um com o outro, a relação que se desenvolve com outro alguém, e o tema da ética é sempre a ação, independente de qual seja esta. Como educadora, pensar em ética  onde a “estética” das sensações que conforme HERMANN, “esse termo aparece vinculado à ética já em Aristóteles, como um elemento decisivo para conduzir a vida, trazendo o papel do sensível para o julgamento moral, que nos ajuda a avaliar e a ponderar cada situação.”(2008. p. 18). Portanto, a ética é a ação presente que articula e refina as moralidades através das diferentes estratégias da arte de viver.
“As diferentes estratégias que permitem formar uma sensibilidade aguçada para com as particularidades da situação e a atenção às emoções em relação à construção da moralidade são contribuições da arte de viver que devem ser consideradas na educação, se quisermos educar pessoas com capacidade de decidir e conduzir suas vidas.” (HERMANN, 2008 p. 26).

FREIRE, em sua pedagogia da autonomia, cita que:
“Saber  que não posso passar despercebido pelos alunos, e que a maneira como me percebam me ajuda ou desajuda no cumprimento de minha tarefa de professor, aumenta em mim os cuidados com meu desempenho.” (1996 p. 97)

Nas palavras de Marcia Tiburi, “a solução para uma sociedade se construir como uma sociedade ética, é o desejo de fazer um mundo melhor, em qualquer esfera, dependendo de nós, reconhecendo a singularidades promovidas e reconhecidas de cada individuo, no qual implica o reconhecimento da alteridade.”

Referência

FREIRE, Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)

HERMANN, Nadia. ÉTICA: A APRENDIZAGEM DA ARTE DE VIVER. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 102, p. 15-32, jan./abr. 2008 disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>

SARAIVA . Filosofia e ética, com Márcia Tiburi. disponível em < https://youtu.be/9jsRUafEV9A > acesso em setembro/2017