O curta Escolas
Democráticas desenha a realidade escolar presente em muitas de nossas
instituições. Escolas caixas, alunos passivos, currículo fechado, professores
autoritários, aprendizagem distante da prática, pedagogia diretiva, educação
bancária no qual conteúdos são absorvidos e esquecidos por não serem
significativos nas vivências da comunidade discente.
O documentário
reproduz o inverso do que vislumbramos de escolas democráticas, claramente observados nas
metodologias, avaliação e tecnologias denotadas, abordando uma gestão pouco
atuante.
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CURRÍCULO
Considerando currículo como construção, cujos processos de produção,
transmissão e assimilação compõem uma metodologia de conhecimento.
O curta apresenta;
“Um currículo no qual
a construção de sua subjetividade, [...] subordina-se à aprendizagem de alguns
conteúdos, apresentados como entidades objetivas, estáveis, sem história e
descontextualizadas.” (HERNÁNDEZ, 1998, p.
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1.1 METODOLOGIA
A metodologia adotada
no curta é claramente o ensino tradicional uma pedagogia diretiva,
caracterizada pela transmissão, recepção e reprodução dos conhecimentos. Longe
de um método globalizador em que as disciplinas são apresentadas de forma
global, proporcionando ao aluno, meios de alcançar o conhecimento conforme sua
realidade.
Na pedagogia
diretiva, conforme Becker; “O professor considera que seu aluno
é tabula rasa não somente quando ele nasceu como ser humano, mas frente a cada
novo conteúdo estocado na sua grade curricular, ou nas gavetas de sua
disciplina.” (1994, p.90)
Nesta
perspectiva, segundo Becker ( 1994, p. 90)
[...] esta pedagogia,
legitimada pela epistemologia empirista, configura o próprio quadro da
reprodução da ideologia; reprodução do autoritarismo, da coação, da
heteronomia, da subserviência, do silêncio, da morte da crítica, da
criatividade, da curiosidade.
1.2 AVALIAÇÃO
Ao se referir de avaliação a serviço de
quem aprende, Mendez afirma que;
[...] avaliamos para conhecer, com o objetivo
fundamental de assegurar o progresso formativo dos que participam do processo
educativo – principal e imediatamente de quem aprende, bem com de quem ensina.
( 2002, p. 82)
No
entanto, o vídeo aborda a avaliação/prova como um “instrumento de seleção e de
exclusão”, não constituindo uma oportunidade para o aluno demonstrar o que
realmente sabe. Além desta percepção, o
professor, que no vídeo exerce o papel de avaliador, limita-se a ensinar e
desconsidera os ensinamentos que o aluno traz consigo.
1.3 TECNOLOGIA
A escola, objeto de
análise aponta uma negação das possibilidades de passar de um modelo empirista
para um paradigma construtivista, sendo que, por parte docente é preciso conhecer melhor as
condições de desenvolvimento e aprender a favorecer, em vez de tentar combater
os aparatos tecnológicos no espaço escolar.
Comprovadamente, vivemos um processo de rápidas transformações,
principalmente com os avanços nos meios de comunicação e da Informática. Estas
mudanças, [...] conduz a considerar a sala de aula como um cenário com uma
cultura própria (mas não única). Cultura que se vai definindo mediante as
diferentes formas do discurso que se desenvolvem e se encenam nas situações de
aula. (HERNÁDEZ, 1998, p. 32)
Nesse contexto, o uso das tecnologias através de
experiências em aprendizagens por projetos, conduz o aluno a ser um agente e o
professor estimulador/orientador respeitando
a realidade da vida do aluno e as curiosidades,
desejo, vontade do aprendiz.
“A
Informática e a Telemática podem ajudar a enriquecer os ambientes de
aprendizagem, podem ampliar os espaços das salas de aula, podem vencer as
barreiras do tempo, podem servir como “próteses” cognitivas, podem ajudar a
ampliar os processos socioafetivos e a conscientização, podem ajudar a atender
os aprendizes como verdadeiros sujeitos de sua aprendizagem, podem assegurar a
intercomunicação coletiva, podem ajudar a criar comunidades de aprendizagem
desenvolvimento.” (FAGUNDES, SATO e
MAÇADA., 1999, p. 14)
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GESTÃO
Nas palavras de
Oliveira, Moraes e Dourado, os objetivos da organização escolar é o
“cumprimento de sua função de socialização do conhecimento historicamente
produzido e acumulado pela humanidade” e “a escola , enquanto instituição
social, é parte constituinte e constitutiva da sociedade na qual esta
inserida.”
Portanto, a
escola para colocar em prática esses objetivos, necessita de uma gestão para a
tomada de decisões e a direção e controle dessas decisões.
"As concepções de
gestão escolar refletem diferentes posições políticas e concepções do papel da
escola e da formação humana na sociedade. Portanto, o modo como uma escola se
organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de
objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou
transformação social" (LIBÂNEO 2013, p.105).
No vídeo, o
modelo educacional abordado retrata uma prática política não participativa, que
conforme Libâneo trata-se de uma a concepção em relação às finalidades sociais
e políticas da educação, científico raciona,l no qual;
[...] prevalece uma visão mais burocrática e
tecnicista de escola. A escola é tomada como uma realidade objetiva e neutra,
que deve funcionar racionalmente e, por isso, pode ser planejada, organizada e
controlada, de modo a alcançar melhores índices de eficiência e eficácia. As
escolas que operam nesse modelo dão forte peso à estrutura organizacional, à
definição rigorosa de cargos e funções, à hierarquia de funções, às normas e regulamentos,
à direção centralizada e ao planejamento com pouca participação das pessoas.
[...] A técnico científica que se baseia
na hierarquia de cargos e funções, nas regras e procedimentos administrativos,
visando à racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares
(2013, p. 102-103).
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REFERÊNCIAS
BEKCER,
Fernando. “Modelos pedagógicos e modelos
epistemológicos” EDUCAÇÃO E REALIDADE, Porto Idioma, a 19 (1): 89 – 96
jan/jun. 1994 disponível em < https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf
> acesso em março 2018.
FAGUNDES, L. C.; SATO, L. S.;
MAÇADA, D. L. (1999) "Aprendizes do futuro: as inovações começaram!".
Brasília: MEC.
HERNÁNDEZ,
Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho /
Fernando Hernández; tradução Jussara Haubert Rodrigues. In: Um mapa para
iniciar um percurso – Porto Alegre : Artmed, 1998. p. 15 – 37
LIBÂNEO,
José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática; 6ª edição, São
Paulo, Heccus Editora 2013
MENDES, Juan M. Á. Avaliar para Conhecer,
Examinar para Excluir In: A
Avaliação como atividade crítica do conhecimento – Porto Alegre :
Artmed, 2002. p. 81 – 89
OLIVEIRA,
J. F. ; MORAIS, K. N. M.; DOURADO, L. F.. Organização
de educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática: sistemas de
ensino, órgãos deliberativos e executivos, regime de colaboração, programas,
projetos e ações. disponível em < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_2.pdf
> acesso em março 2018.
Olá, Luciana. Relate,brevemente, em que aspectos a sua escola apresenta uma pedagogia diretiva, não-diretiva e relacional
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