quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MECANISMOS DE DEFESA

Disponível em: http://zip.net/bysrVP


As Defesas do Ego

Um dos aspectos comentados por Freud na psicanálise são os mecanismos de defesa. Do que se tratam esses mecanismos?
Os mecanismos de defesa tratam-se de ações psicológicas que têm o objetivo de proteger a integridade do ego. Mas por que o ego faz uso deles e do quê exatamente ele deseja se proteger?
Segundo Freud, nem tudo que nos ocorre é agradável ao nosso consciente e o nosso ego pode considerar uma série de ocorrências como ameaçadoras à sua integridade, ao seu bem-estar. Nesse sentido diante das exigências das outras instâncias psíquicas – Id, que é nosso lado mais instintivo e do superego, que representa nossos valores morais e regras internalizadas – o ego deseja proteger-se para garantir o bem estar psicológico do sujeito frente a esses conteúdos indesejados.
Ainda segundo o pai da psicanálise, os mecanismos de defesa são universais, ou seja, todas as pessoas fazem uso deles, em menor ou maior grau. E eles são importantes para um ego sadio e integrado. Porém, o seu uso exacerbado pode ocasionar um funcionamento psicológico que não é considerado sadio para o sujeito.
Qual o fator essencial que faz o sujeito fazer uso de algum mecanismo de defesa? Segundo a psicanálise, a ocorrência da angústia (angst, conforme o próprio Freud utilizou o próprio termo no original em alemão) ocasionada pelos conflitos, é a condição sine qua non – é a condição indispensável – para que o sujeito ative algum mecanismo de defesa para proteger a integridade de seu ego.
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Quais são os mecanismos de defesa existentes? Segundo Freud, existem pelo menos 15 mecanismos de defesa a disposição do ego. Alguns deles são:
Compensação: é uma forma de o indivíduo garantir um equilíbrio entre as suas características em termos de qualidades e deficiências.
Exemplo: o sujeito não se considera bom em gramática, mas tira excelentes notas em matemática.
Negação: o sujeito nega a existência da dor, ansiedade e outros sentimentos que representem o desprazer ao indivíduo.
Exemplo: diante do término de um namoro, o sujeito pode dizer “Está tudo bem. Eu nunca gostei dele (a) mesmo. Estou ótimo (a)!”
Regressão: é um mecanismo onde o sujeito retorna a um estágio anterior à situação que causa desconforto/desprazer ao sujeito. Nessa fase anterior, geralmente o prazer era mais imediato e não havia a existência das circunstâncias atuais que causam desprazer. Pode ser benéfico pois nos permite ter uma outra perspectiva da situação, pois a angústia é temporariamente afastada; porém, se for usado demais, pode levar o sujeito à fantasia e fuga da realidade.
Exemplo: diante do falecimento de um ente querido, o sujeito decide, por exemplo, ficar brincando somente com seus brinquedos, pois isso o trás de volta ao período infantil.
Identificação: ocorre quando o sujeito assimila as características dos outros (geralmente de pessoas que são modelos para esse sujeito). O sujeito deseja ter as mesmas características para si mesmo.
Exemplo: crianças que possuem os mesmos comportamentos dos pais.
Sublimação: é um mecanismo bastante útil ao lidar com as demandas e conflitos criados pelo Id e superego. Quando o ego não consegue satisfazer uma necessidade imediata, ele gratifica o Id de outra forma, de uma forma  que seja mais aceitável  pelo superego. É a partir da sublimação, segundo a psicanálise, que podemos nos tornar sujeitos civilizados.
Exemplo: alguém que não pode ter filhos apega-se aos bichinhos de estimação.
Racionalização: é quando o sujeito procura respostas lógicas para afastar o sofrimento.
Exemplo: diante de uma situação que cause sofrimento, a pessoa costuma fazer a si mesma tantos questionamentos – e questionamentos dentro dos questionamentos – que acaba deixando o sofrimento de lado. É comum o sujeito criar muitas teorias, e teorias sobre teorias, a fim de tentar explicar e justificar para si mesmo uma determinada situação.
Formação reativa: ocorre uma inversão do desejo real. A pessoa tenta de forma lógica explicar os acontecimentos, mas tudo isso é uma forma de disfarçar os verdadeiros desejos, que estão ocultos.
Exemplo: o sujeito possui uma postura e atitude extremamente rígidas com relação à sexualidade, pode estar ocultando seu lado sexual mais libertino e o que a sociedade consideraria imoral.
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 Fonte: TherapistDev
Como disse Freud, todos nós fazemos uso desses mecanismos, pois as demandas da sociedade, com suas regras e valores morais (realizadas em nossa psique pelo superego), e a constante demanda de nosso lado instintivo (realizada pelo Id) pode deixar com frequência nosso ego frágil e incapaz de satisfazer esses dois lados, que muitas vezes trabalham de forma antagônica. Fazer uso desses mecanismos é saudável, e esperado, do ponto de vista psicanalítico. Contudo, quando o sujeito faz uso de muitos mecanismos de defesa e com uma frequência muito grande, pode ser um sinal de que as coisas não vão bem, e que é preciso procurar ajuda profissional.
Disponível em: http://mundodapsi.com/mecanismos-de-defesa/

Poema "Aula de leitura"

Ricardo Azevedo 
Escritor e ilustrador paulista nascido em 1949, 
é autor de mais cem livros para crianças e jovens

A leitura é muito mais
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão; 
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;
também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração. 
Uma arte que dá medo 
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.

Poema extraído do livro: AZEVEDO, Ricardo
Dezenove poemas desengonçados
São Paulo: Ática,1999.




Este poema nos foi disponibilizado na disciplina de FUNDAMENTOS DE ALFABETIZAÇÃO, reforçando a afirmação de Paulo Freire, que a leitura do mundo é anterior a leitura da palavra e que todos trazem consigo sua experiência de vida para compor essa leitura, mesmo as crianças. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Dependência emocional: é preciso o outro para ser feliz?




Ao ler o texto de Raquel Vidigal, cujo tema é Dependência emocional: é preciso o outro para ser feliz? , fiz uma ligação com o material até então estudado na disciplina de psicologia onde fomos questionados  sobre qual seria as  repercussões para a vida adulta do sujeito com  fixação em uma das fases do desenvolvimento psicossexual. 




"...A palavra dependência nos sugere uma ideia sobre a necessidade extrema, o não controle frente a uma situação física ou de um desejo ou vicio. Usamos com frequência este termo para explicar a intensidade e o uso de recursos químicos como álcool, cocaína, maconha, cigarro, remédios, a dependência química. Já a palavra emocional apesar de nos fazer pensar em inúmeras situações ou propostas, vem da ideia do sentimento e estrutura psíquica de uma pessoa. Logo quando falamos de uma dependência emocional estamos ligando estas duas analises e esse entendimento. Isso é muito importante para que possamos diferenciar as situações de cada história ou pessoa e não sairmos por aí usando termos, conceitos ou nomes técnicos para explicar o cotidiano ou transformar pequenas situações em diagnósticos.
Vamos partir de um pensamento psicanalítico de que todo ser humano, em sua essência depende de um outro. A fase que mais vivemos ou que mais fica clara esta dependência acontece na infância (desde nascimento). Neste período somos dependentes fisicamente e também emocionalmente. Existem estudos que apontam para o fato de que nascemos com algum conteúdo pré psíquico emocional, mas todos os demais estudos que analisam o desenvolvimento humano nos mostram que nossas estruturas psíquicas e emocionais serão direcionadas fortemente ou mesmo construídas e criadas conforme o que o meio irá nos ensinar. Assim há que se considerar que o ser humano é um ser dependente por natureza e mesmo com suas conquistas e necessidades de independência, por auto capacidade, por se reconhecer como único e por aprender a lidar com seu EU, ele tende, inconscientemente, a repetir relações (com pessoas ou objetos como carros, roupas, viagens, trabalho, lazeres, equipamentos tecnológicos, internet...) que proponham entrar em contato com sua dependência de algo ou alguém.


Mas e a dependência emocional, o que ela quer dizer então?


Neste caso estamos dizendo ou entendendo que alguém possui uma dependência afetiva por alguém ou algo e que aquela pessoa apresenta características de uma necessidade extrema por este meio desejado ou visto como fonte intensa de seu prazer. É importante observar que esta necessidade irá gerar atitudes extremas e exageradas. A pessoa demonstrará um forte desejo, mas na linha do inadequado e não se trata de uma paixão, pois o que vai chamar a atenção será algo além como: muita agonia e esforço para estar junto, medo ou ansiedade quando longe. Além disso, é possível perceber uma dificuldades de raciocínio lógico ou de bom senso, para diferenciar o que tende a ser exagero ou não, alterações emocionais, interferência em seus hábitos e condições de vida, deixando amigos ou familiares de lado

A pessoa também sente que não consegue viver ou ser feliz ou estar bem se não for naquela condição, com aquela pessoa, naquele lugar, naquele trabalho, daquela forma, fazendo tal coisa. É muito comum associarem a dependência emocional somente as relações amorosas ou fraternas, mas uma dependência emocional não é restrita somente a relação com pessoas. Há quem seja dependente emocionalmente de um hábito, de uma ideia, de um movimento, como por viagem, trabalho, estudo, religião, academia.


A dependência emocional parte de uma carência afetiva, ou seja, uma necessidade daquela pessoa de atender um desejo seu e ela tenta encontrar e manter tal satisfação naquela relação, sendo um namoro ou mesmo por comida. Sim para cada uma destas dependências é comum haver um nome técnico para um diagnostico, mas o que aqui estou propondo a pensar é que todos estes partem do mesmo ponto, a dependência afetiva de seu EU. E que todos temos em nossa história nosso ponto mais frágil que recorre a alguma mania ou apego, para satisfazer a si mesmo e para isso precisamos do outro ou de um meio, logo somos todos dependentes de alguma forma. Mas somente um histórico exagerado e com condições prejudiciais é que merece atenção profissional e acompanhamento.

Outro ponto válido a trazer aqui, é a existência dos codependentes, ou seja, quando aquele que convive junto é afetado e tende a sofrer em conjunto e acaba sendo controlado ou manipulado pela condição gerada por aquela dependência extrema. Podendo prejudicar aqueles com quem convivem e até mesmo seu foco de desejo emocional. 


Autoconhecimento


Não há como saber se seremos dependentes (da forma exagerada) ou não e nem mesmo sair avaliando as pessoas a nossa volta por um ou dois pontos que elas apresentam, mas podemos tentar cuidar ou até prevenir as intensidades da vida. Buscando formas de entrar em contato consigo mesmo e conhecer mais a seu respeito, sua historia, seus sentimentos, encontrando dentro de si valor próprio que merece ser reconhecido e usado como fonte de prazer, assim como também reconhecer suas limitações, pontos frágeis e dificuldades emocionais, para poder pensar a respeito.

A análise ou uma terapia parecem sim ser um bom lugar para poder cuidar destes aspectos, visto que aqui estamos considerando a ordem emocional. O amadurecimento psíquico depende de alguns fatores e envolve não somente um querer ou não querer, é preciso compreensão de si, do outro, do meio, do todo, do que se sente, do que provoca e do que posso fazer com isso tudo que ao longo do amadurecimento vamos percebendo. Uma análise ou uma terapia não pode jamais prometer que irá curar ou eliminar tal sintoma ou tal quadro, mas pode oferecer através de um autoconhecimento algumas possibilidades mais saudáveis ou que gerem menos prejuízo e talvez maior sensação de bem estar e equilíbrio emocional."


Disponível em: http://www.msn.com/pt-br/saude/relationships/depend%C3%AAncia-emocional-%C3%A9-preciso-o-outro-para-ser-feliz/ar-CC2B6m?li=AAaB4xI&ocid=mailsignoutmd - 18_11_2015





segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Construção da escrita: primeiros passos - parte 5


Construção da escrita: primeiros passos - parte 4


Construção da escrita: primeiros passos - parte 3


Construção da escrita: primeiros passos - parte 2


Construção da escrita: primeiros passos - parte 1


Emilia Ferreiro

A psicolingüista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a reverem radicalmente seus métodos


Foto: Daniel Aratangy



Os livros de Emilia Ferreiro chegaram aqui nos anos 80 e logo alcançaram grande repercussão


Frases de Emilia Ferreiro:

“Quem tem muito pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes”

“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar”


Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora – que exerce também viajando pelo mundo, incluindo freqüentes visitas ao Brasil –, a psicolingüista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.

Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 20 anos do que o da psicolingüista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia – Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante – não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. “A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro”, diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolingüista.

Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.

Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. “Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender”, diz Telma Weisz. “Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes.”

Idéias que o Brasil adotou


As pesquisas de Emilia Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgados no Brasil no início da década de 1980. As informações chegaram primeiro ao ambiente de congressos e simpósios de educadores. O livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava sendo encarado e transposto para a sala de aula. Mas o construtivismo mostrou sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro. Hoje, o construtivismo é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da Educação. Segundo afirma a educadora Telma Weisz na apresentação de uma das reedições de Psicogênese da Língua Escrita, "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática".

Etapas de aprendizado


Segundo Emilia, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. No processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código lingüístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável. Duas das conseqüências mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são respeitar a evolução de cada criança e compreender que um desempenho mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do que as demais. Outra noção que se torna importante para o professor é que o aprendizado não é provocado pela escola, mas pela própria mente das crianças e, portanto, elas já chegam a seu primeiro dia de aula com uma bagagem de conhecimentos. “Emilia mostrou que a construção do conhecimento se dá por seqüências de hipóteses”, diz Telma Weisz.

De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
• pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
• silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
• silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
• alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.

O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodarão dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização, isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos. Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele “releu” o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Pink Floyd -The Wall (legendado)

Another Brick In The Wall

Esta música sucesso do Pink Floyd de 1979, atingindo instantaneamente status de clássico, e é talvez a sua mais famosa peça de trabalho. 
O mesmo se tornou a canção de protesto de um grupo de estudantes Sul-Africano durante o regime do Apartheid. A música em si é um protesto contra a rigidez das escolas  britânicas. 



DISPONÍVEL EM: https://youtu.be/vrC8i7qyZ2w

Este vídeo ilustra o texto "A maquinaria escolar“, na qual retrata a educação entre os séculos XVII e XVIII, onde:
“ ... o jovem distinguido terá que fazer frente sozinho ao enclausuramento, especialmente quando a partir do século XVIII o internato se generaliza como uma instituição mais apropriada para sua educação: nesta época, o consenso família-colégio parece estar já em marcha nas classes sociais elevadas. Será pois nestes espaços que começam as graduações por idade, paralelamente a uma tutela cada vez mais individualizante:
    Sejam todos quietos, modestos e bem cristãos, falem em suas conversas de Deus ou de coisas dirigidas a seu serviço, procurem bons companheiros, ouçam missa todos os dias, confessem cada mês se for possível com o mesmo confessor, façam exame de consciência diário, tenham especial devoção cotidiana ao anjo da guarda, não entrem na escola com armas, não jurem juramento algum, não joguem jogos proibidos, sejam obedientes ao Reitor e a seus professores; e saibam que, por suas faltas, se são meninos serão castigados pelo corretor, e se são grandes serão repreendidos publicamente, e se não se emendarem expulsos com ignomínia da escola."